Nós, na qualidade de seres humanos, somos genuinamente imperfeitos. Em geral, gostamos de saber da vida dos outros, mesmo que não seja pra contar pra ninguém, além de nossos melhores amigos, claro, que – por sinal – sempre têm outros melhores amigos para quem contar... Adoramos tomar conhecimento de uma boa intriga, temos uma quedinha pela preguiça e um verdadeiro rolar de ribanceira pelo pecado da gula.
Com tantas qualidades, fica fácil entender porque um programa como o BBB faz sucesso. Ano vai, ano vem, e a atração está lá, com picos de Ibope. Na verdade, talvez assistir às aventuras de pouco mais de 1 dúzia de desocupados não seja tão viciante para quem desfruta apenas de alguns minutos da versão editada pela Globo, mas não posso dizer o mesmo dos que têm acesso – legítimo ou não – às 24 horas diárias estrelas pelos brothers. Honestamente, eu os considero como dois programas distintos.
O que conta com a voz marcante do Bial, as animações do Maurício Ricardo e o tempero apimentado da equipe de edição é uma novela perfeita, com enredo, mocinho, bandido e afins... Já a versão completa, parece-me muito mais um curso avançado sobre o comportamento humano. O estudo das variações sofridas pelo bicho homem, quando em cativeiro voluntário. E, pasmem, existem fãs para ambos os aspectos.
Só vejo graça ao me deparar com um futuro telespectador que garante: jamais verá algo tão inútil e sem propósito! Pois sei que, basta dá-lhe uma oportunidade, e lá estarão seus olhos fitados nas atividades mais descabidas. Seja usar a secadora de roupa como relógio enquanto monta guarda fantasiado de soldadinho inglês, seja descer o barraco com alguém que conheceu ontem e com quem está concorrendo ao prêmio de 1 milhão, sob acusações de traição, falsidade e blefe, seja passar 15 horas pulando um cano de aço ornado com um simpático patinho amarelo.
É sabido que muitos discordarão das minhas palavras, assim como é certo: veja o BBB a qualquer hora e bem vindo ao clube dos viciados!!!
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